segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Planeta dos Macacos - A Origem , evolução x revolução .




Planeta dos Macacos - A Origem tem muitos méritos. O principal deles, sem dúvida, é manter um clima de tensão contínuo. Por outro lado, algumas liberdades para viabilizar o roteiro são tão escancaradas que acabaram por roubar um pouco da força transmitida, por exemplo, pelo último trailer. Pode ser mera impressão. Pode não ser.


O filme começa bem e apresenta o protagonista (James Franco) totalmente envolvido com a pesquisa da cura para o Mal de Alzheimer, usando macacos como cobaias. Devido aos efeitos colaterais causados pela droga, o cientista foi obrigado a deixar de lado o projeto, mas levou trabalho para casa (literalmente) e o filhote nascido durante as experiências acabou dando continuidade a uma espécie rara de símio, capaz de se comunicar com os humanos, absorvendo conhecimento e - principalmente - sentimentos. 


Esse conflito da "humanidade" presente no chimpanzé César foi sabiamente explorado e lançado com uma simples - e bem colocada - pergunta feita por ele para o seu "dono" após um passeio: "O que César é?". A partir daí, a história cresce, o suspense aumenta quando ele começa a negar seu apego aos humanos, mas também acaba refém de situações meio forçadas. Foi assim no momento McGyver de César abrindo a jaula e muitas sequências com ele andando pela cidade, assaltando geladeira e fundando uma espécie de PCC no abrigo para símios onde ficou confinado. Parece besteira e é. Poderiam ser evitadas ou melhor trabalhadas. 


Entre as curiosidades, citações de Tarzan (da Disney) na passagem de tempo pelas árvores, de King Kong e espaço também para a antológica frase proferida por Charlton Heston no clássico do século passado: "Tire suas patas de mim seu macaco sujo".


O destaque vai para o resgate do ótimo John Lithgow e para a computação gráfica, que é assombrosa no quesito qualidade. Contudo, ainda assim existe uma artificialidade que não acontecia antes. Seja na postura mais ereta (e mais falsa) de César ou no seu olhar, que mesmo assustador, ainda perde para os de Cornelius, Urko e Dr. Zaius do passado com suas roupas e maquiagem, que  conferiram um charme adicional a qualidade do trabalho.


De qualquer forma, saudosismos a parte, a produção merece ser assistida e o sucesso lá fora não é por acaso. As cenas de ação são muito bem realizadas e dão uma banana para muitos filmes mal sucedidos no quesito. Então deixe lado suas reservas para certas licenças poéticas e curta este longa do começo ao fim. Por sinal, não saia antes dos créditos finais. Logo no início dele tem uma cena adicional sobre este bom começo.

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